Adriano Figueiredo Ferreira é um artista plástico cuiabano, que cresceu ao som do Cururu tocado por seu avô, em um cenário repleto de pés de manga e inspiração, artista por natureza. Desde criança rabiscava desenhos no papel até se tornar uma promessa das artes plásticas de Mato Grosso. Estado que por sinal compõem e inspiram sua arte. “Sempre tive a necessidade de desenhar, assim como temos fome ou sede, isso desde as primeiras lembranças da minha vida, não sei dizer bem quando, meu pai desenhava, talvez já tenha nascido com a arte no sangue” contou.
De uma maneira ou de outra seus caminhos sempre o levavam a arte. Primeiro começou desenhando painéis para decoração, depois participou de concursos do Corel Draw, mas sempre fugindo das artes plásticas, pois achava muito difícil ser bem sucedido. “A verdade é que tudo deu errado e a arte me encurralou, não pude escapar, no meu pior dia, eu pedi uma luz, e a noite e sonhei que voava entre nuvens de tintas, eram coloridas, lindas, inesquecíveis. Levantei de madrugada e fiz um desenho desse sonho, depois disso nunca mais parei de pintar” confessou.
O início de sua carreira, no entanto, não foi fácil, a busca por sua identidade foi a parte mais difícil e dolorosa segundo ele. “O começo é um desafio, e para quem esta fora do eixo, como eu em Mato Grosso, o desafio é maior ainda! Precisei mostrar e criar valor para ser reconhecido”.
Morando em Moto Grosso, Adriano não conseguiu ficar imune as influências da natureza. Pois tinha isso muito próximo na infância, principalmente quando passava férias no sítio dos seus avós. “Ficava impressionado quando meu avô transformava um pedaço de madeira em uma viola de cocho (instrumento típico) e tocava nos finais de tarde. É sobre isso que queria falar, esse é o discurso, minha terra, minha cultura! Quero defender minhas raízes e contar para o mundo como é lindo meu estado. As curvas são as mensageiras, o fio condutor, através dela crio minha histórias num fluxo temporal em movimento contínuo…demorei 10 anos pra entender”. Todas as suas obras tem traços marcantes que contornam os ícones da cultura Mato-grossense e mostram suas principais características: a religião e o calor.
Essa busca pela regionalidade também vem das suas referências no meio artístico. Adriano busca acompanhar o trabalho de artistas que assim como ele também valorizam suas origens. “Hoje tenho muitas referências, não apenas pelo trabalho, mas pelo modo com que o artista se relacionam com a arte e o ambiente que está inserido, quanto eles podem alterá- los. O quase Mato-grossense Wladimir Dias Pino é uma grade referência, Humberto Espíndola, Adir Sodré, Beatriz Milhazes, Vick Muniz, Adriana Varejão, Cildo Meireles, Tunga, Os Gêmeos, Speto e muitos outros”.
“Dona inspiração eu cansei de te esperar, vou indo pintar e você me encontra lá!” essa foi a resposta dele ao ser perguntando sobre sua criação. Pois ele acredita que os anjos ou deuses da arte estão no fazer, quando o artista começa eles se aproximam. “Deus é a inspiração, suas criações, meus sonhos e como vejo e sinto o universo” completou.
Ter abraçado a profissão e não ter negado seus dons, lhe salvou, conforme ele nos contou. “A arte me salvou, de várias maneiras, financeira, emocional e espiritual. Hoje vivo e sustento minha família exclusivamente da arte, sou feliz e agradeço por dedicar meu tempo ao que amo. A arte me ensinou a ver e sentir, a me emocionar, a arte tirou meus preconceitos, me tornou um ser humano melhor”.
Adriano sonha que sua arte possa fazer bem, despertar energias positivas, sensações boas ao maior número de pessoas possível. Nisso que me concentra, esse é o seu foco. Em 2017 apresentou sua nova fase AFTER, com cores, movimentos e faces, que são as principais características dessas obras. Em 2018 apresentou as deusas do universo, essa série trouxe o exaltamento da mulheres fortes, mágicas, cheias de opiniões com raízes que as fortalecem pra gerar frutos.
O artista deixou uma mensagem para os nossos leitores, confira:
“Quero falar da felicidade de encontrar seu lugar no universo, pedir pra você que esta lendo nunca desistir de seus sonhos, é difícil mesmo, já viu alguém que chegou lá dizer que foi fácil ? Não sei onde a arte vai me levar, o importante e aproveitar o caminho. Sentir gratidão se o fardo é pesado, ele não seria dado a um fraco. Vamos em busca de paz!”
Mais informações sobre Adriano Figueiredo Ferreira :
Instagram : @aff.arte
Facebook : Adriano Figueiredo Ferreira
Twitter : @fortferreira
Web : adrianofigueiredoferreira.