O artista mineiro Marcelo Henrique Duarte conhecido como Celo, deu início a sua carreira artística em 2004. De uma forma despretensiosa, mas com o interesse de acrescentar algo positivo no cotidiano dos moradores de sua comunidade, Cabana do Pai Tomás em Belo Horizonte. “Desde a minha infância sempre gostei de desenhar, em 1997 vi na TV uma matéria de uns caras usando tubos de spray pra fazer uma pintura, e eu nem sabia que dava pra desenhar usando spray, na mesma hora decidi que queria fazer o mesmo que aqueles caras, mas só em 2004 tive meu primeiro contato com o spray através de um grafiteiro de Belo Horizonte, daí então me apaixonei pela cultura Hip hop como um todo” contou.
Celo assim como muitos artistas também sentiu a pressão de escolher a arte, sofreu rejeição dos familiares por não acreditarem no retorno financeiro, como também a dificuldade de entender a grandiosidade da cultura hip hop. Para ele seu trabalho era uma importante ferramenta de inclusão social de jovens que estão em situação de risco, e que vêem no hip hop uma rota de fuga das circunstâncias negativas de morar na periferia. “Outra dificuldade é a de encontrar parceiros, empresas e instituições que acreditem na sua capacidade como artista que vem de periferia, de que você vai dar conta de representar tecnicamente ou conceitualmente os valores e o que estes representam”.
Segundo ele, o maior desafio que enfrenta é mostrar para as pessoas de todas as classes o hip hop salva vidas. Seja no desenho, na dança, na poesia. Através do hip hop o jovem tem acesso a outras formas de cultura, o tornando um cidadão melhor, capaz de fazer escolhas positivas para sua vida.
Celo busca todos os dias captar elementos que possam inspirar seu trabalho, encontra principalmente na música e em outras formas de artes visuais a inspiração de que precisa. Ao ser perguntando a respeito de sua técnica, ele disse que sempre acreditou que para ser um bom grafiteiro o artista precisa saber desenhar de tudo um pouco, por isso não se considera um bom grafiteiro. Celo ainda não conseguiu definir um estilo porque mesmo considerando não saber, gosta de desenhar de tudo.
Se não tivesse optado por seguir seu dom com o grafite, Celo ficaria feliz em ser um atleta de MMA pois nutre um grande respeito pelas artes marciais. Mas ele está satisfeito com seu trabalho. “Além de conseguir pagar minhas contas aos trancos e barrancos com o graffiti, hoje eu tenho certeza de que posso ir pra qualquer canto do Brasil, porque sei que vou ser bem recebido por um ou outro irmão grafiteiro, isso é uma honra que não tem tamanho” disse.
Ele também ainda tem sonhos que planeja alcançar. “Sonho em poder viajar pra diversos países exclusivamente para grafitar, conhecer o ponto de vistas da cultura hip hop de outros artistas em outros países e vivenciar o processo de criação dessa galera, é algo que sempre sonhei” contou.
Confira a mensagem que ele deixou para nossos leitores: Que Deus abençoe a todos os artistas desses planeta e todos que de alguma forma tentam fazer esse planeta melhor, que a humildade e bom senso prevaleça! Paz a todos.
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Mone e Celo
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Fonte : Celo
