A figura feminina nos grafites de Cléo Moreira

O gosto pela leitura de histórias em quadrinhos despertou em Cléo Moreira o interesse pelo desenho. Ainda muito jovem ela começou a arriscar suas primeiras ilustrações inspirada nessa universo. Em 2008, aos 17 anos, por intermédio de um amigo, Cléo  conheceu a pichação e o Bomb, um tipo de grafite muito comum em São Paulo, caracterizado por letras arredondadas, feitas as pressas e geralmente em locais proibidos.

Mesmo sem se interessar logo de cara, Cléo contou que a rotina de acompanhar o amigo John, que passou a ser seu parceiro em alguns trabalhos, acabou despertando o gosto pelo processo. “Fui  conhecendo, vi como fazia e fui me interessando pela sensação de ver o muro com meus traços. Depois que experimentei não quis parar mais” disse ela.

Ainda sem uma identidade criativa, seus primeiros grafites eram letras no estilo Bomb onde ela assinava Tamojunto. “Com o tempo, junto a isso comecei a acrescentar formas geométricas e alguns desenhos bem simples” revelou. No entanto, em 2010 ela criou os primeiros traços da sua primeira personagem. Os olhos pretos e lesados, marcantes em várias de suas obras, acabou se tornando a principal identidade do trabalho da artista.

O grafite se tornou um hobby de fins-de-semana, até que em 2013, Cléo criou a marca de roupas independente Tamojunto. Dedicando-se apenas a marca, ela teve possibilidade de desenvolver mais do grafite. Começar a trabalhar com o grafite profissionalmente foi um desafio, pagar as contas e fazer o que gosta é difícil para a maioria das pessoas, e para a Cléo não foi diferente. Mas segundo ela, os desafios pessoais foram mais complicados que os financeiros. “Creio que a minha maior dificuldade foi me reeducar, aprender a respeitar meus limites e entender o meu processo criativo” contou.

Cléo admira e tem como referência vários artistas de rua, mas é na música que ela encontra inspiração para criar seus murais cheios de personalidade.  Ao som de reggae, rap e blues ela deixa pelas ruas de São Paulo grafites divertidos que valorizam a figura feminina. Abusando das cores, seus desenhos encantam por retratar a figura da mulher como protagonista de sua vida e do seu corpo.

Para Cléo, a arte está ligada a consciência social e como uma mulher politizada e consciente do seu papel na sociedade, ela espera que sua arte possa ser o passaporte para que o mundo conheça seu trabalho e força da mulher.

Veja algumas obras da artista:

 

Cléo e John

 


Mais informações sobre Cléo Moreira:
Facebook : Cléo Moreira
Instagram : cleo.tamojunto

Fonte: Cléo Moreira

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Murais
Um Comentário
  • Conheça o artista de Brasilândia John Córdoba | Arte Sem Fronteiras
    5 junho 2019 at 11:45

    […] Cleo(matéria) e John – TamoJunto […]

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