Conheça o artista “John Viana” e seus grattiti

John Viana, artista mineiro, autodidata, arte educador, trabalha com arte urbana há 10 anos. Além do graffiti nas ruas, pinturas em tela é outra maneira que ele usa como forma de exprimir sua arte.

Em sua trajetória ele almeja provocar uma reflexão profunda sobre questões urgentes relacionadas aos caminhos e descaminhos da humanidade. Com referencias do barroco mineiro, ele busca impactar a sociedade com temas atuais.

As obras do artista estão expostas em diversos países da America do Sul e da Europa. Na Alemanha integrou o Meeting of Styles, o maior evento de grafite do mundo.

Em 2015 realizou exposição no museu de arte da Pampulha, em Belo Horizonte, desenvolvendo tema da valorização das relações familiares. Atualmente integra a exposição da ARTE URBANA AS GALERIAS, mostra coletiva em prol do patrimônio histórico de Minas Gerais e MEMÓRIAS URBANAS no Museu Inimá de Paula pelo Projeto Arte Favela.

Veja nossa entrevista com John Viana :


1 – Todo mundo que acompanha seu trabalho deve ter a curiosidade de como surgiu seu interesse pela arte, você pode contar pra gente ?

Sou autodidata, sempre tive contato com arte. Desde de os 4 anos já desenhava, assistia televisão e reproduzia os desenhos. Quando não reproduzindo pela tv, reproduzia grafitis espalhados pelo meu bairro. Caminhava pelas ruas com meu caderninho brochurão, sentava em meio a calçada e os reproduzia. Muitas das vezes trabalhos dos antigos CRAZY BOYS e do GUD (Marcelo Gud) que eram os atuantes em minha região. Uma pessoa muito importante também  nesse processo foi o meu amigo HERBERT (magoo) que me passou toda a técnica de desenho e sombreamento que carrego ate hoje .

2 – Quem ou quais circunstâncias te levaram a investir na arte como uma carreira  a ser seguida ?

Desde minha primeira serie, na escola eu já comercializava desenhos, trocava em lanches na hora do recreio, pois nunca levei merenda pra escola, por ter vindo de uma criação bem simples. Em meados de 2008, por iniciativa do meu irmão, que era do “pixo” e já tinha certo domínio da lata de spray, me chamou para ajudá-lo em um trabalho comercial na pintura de uma loja, e assim, surgiu o meu primeiro contato com o graffiti. Ate há alguns anos atrás tinha muito medo em me assumir como artista, pois no Brasil é um mercado muito difícil. Enganei-me, perdi muito tempo trabalhando com outras coisas paralelas a arte. Trabalhei com oficina de arte em escolas publicas durante 5 anos, foi onde me moldei como artista, e tomei coragem para encarar o mercado.

3 – Quais foram os maiores desafios e dificuldades como artista ?

Viver de arte no Brasil é um desafio e uma dificuldade diária que nós artistas passamos. Ao longo da minha caminhada tive questões importantes como preconceito e a falta de apoio em minha família, tornou-se um grande desafio provar em especifico para o meu pai, que eu sou um artista, e que queria viver da arte de alguma maneira.

4 – Como foi a definição do estilo que você gostaria de trabalhar?

Ainda não possuo um estilo , pois sempre me neguei a pintar um único estilo, já que a arte nos trás um leque de possibilidades. Nunca gostei de me sentir preso. Sempre quis pintar de tudo, letras, cartoon, realismo, abstrato. Mas hoje vejo uma necessidade de autoria em meus trabalhos, estou há procura ! Ainda estou me definindo…

5 – De onde vem seu sopro de inspiração ?

Minha recente paternidade trouxe muitas reflexões sobre a vida e seus valores, dentro disso reproduzo a imagem de meu filho, passando a mensagem que cabe a aquele momento. Pois os sentimentos de uma criança são verdadeiros sendo eles felizes ou tristes. Uma criança toca muito mais uma pessoa por sua sinceridade como um todo e a sua mente pura.

6 – Quais artistas do cenário atual você admira ?

Admiro muito BELIN, DAIM e MADC.


7 – O que você ainda sonha em realizar com a sua arte ?

Meu maior sonho como artista é pintar estas que são chamadas empenas cegas que são as laterais de prédios ou um vagão de trem.

8 – Quais foram as coisas boas, que a sua arte te trouxe ?

A arte trouxe minha família, conheci minha mulher através de meus trabalhos conseqüentemente nosso maior tesouro o JOHNZINHO.

9 – Se você não fosse artista, qual séria o plano b ?

Há algum tempo trabalho com tatuagem também, se não tivesse dado tão certo na arte de rua, daria mais atenção a tatuagem .

10 – Alguns artistas curtem ouvir músicas durante o processo criativo, com você funciona da mesma forma ? E na sua playlist o que não pode faltar ? 

Sou bastante eclético. Meu processo inicia curtindo um hip hop, pois já dancei. Depois um rock onde é o memento que “ligo nos 220v” e acelero na pintura. depois vem a parte que desgosto do trabalho, normalmente não fico satisfeito, sempre vejo muitos defeitos, o finalizo e saio de perto, se não o renovo. Nesta parte ouço musicas mais calmas como no estilo de Bee Gees e uns funk’s (antigos).

11 – Deixe uma mensagem para os nossos leitores.

Minha mensagem é como diria o grande C.Chaplin.

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”


Mais informações sobre John Viana :
Instagram : @john_artes_
Facebook : John Viana

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Murais
Um Comentário
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    4 maio 2021 at 09:03

    […] Veja nossa Matéria/Entrevista com o artista “John Viana”. Link : artesemfronteiras.com/artista-John-Viana […]

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