Conheça o ilustrador Thiago Bianchini e suas artes surreais do reino animal

O artista Thiago Bianchini é graduado em Design Gráfico, estudou ilustração na Academia Brasileira de Artes e também cursou na Escola Panamericana de Artes para o curso de Visual Merchandising. Comecou a desenhar seriamente aos 14 anos. Seu primeiro “trabalho” de arte foi aos 16 anos, pintando Shapes de Longboard para uma loja de Skate. Aos 19 anos, entrou na indústria da moda e trabalhei para várias marcas, incluindo a Levi’s, a Timberland, a Rip Curl, a K-Swiss, Element Skateboards e muitas outras.

Participou com suas peças em exposições coletivas de galerias de arte na cidade de São Paulo (Brasil), na cidade de Nova York (Estados Unidos), Baltimore (Estados Unidos) e em agosto participou de uma exposição em Toscana (Itália). Foi convidado pelas Nações Unidas a criar uma obra de arte para difundir a conscientização sobre as áreas de conflito para a ‘World Humanitarian Summit‘ em Istambul (maio de 2016).

Atualmente Thiago Bianchini vendo seus desenhos originais para colecionadores de arte e cria ilustrações exclusivas para empresas de todo o mundo.

Alem de ilustrador é naturalista e defensor dos direitos dos animais. Sempre que pode, ajuda em campanhas para organizações não-governamentais.

Sua motivação é tocar as pessoas com seus desenhos, fazê-las pensar e tornar o mundo um lugar melhor. Respeitar a natureza é respeitar a si mesmo. Se a natureza morre, morremos com ela.

Veja nossa entrevista com artista Thiago Bianchini :


1 – Todo mundo que acompanha seu trabalho deve ter a curiosidade de como surgiu seu interesse pela arte, você pode contar pra gente ?

Meu interesse pela arte aconteceu muito cedo. Desde criança eu já era fissurado por cores, principalmente de plantas e animais. Depois, na adolescência, comecei a desenhar com mais frequência, principalmente personagens de quadrinhos. Passava tardes e noites treinando, estudando, mas apenas por diversão. Até hoje, se preciso fazer alguma combinação de cores para algum cliente, eu uso a natureza como referência e não livros que tentam ensinar teorias em que não acredito. A arte faz parte de nossas vidas, em todos os sentidos.

2 – Quais foram os maiores desafios e dificuldades como artista ?

O mercado ainda é pequeno e fechado. Artistas, principalmente no Brasil, são muito desvalorizados. Em outros países, um desenhista tem a mesma importância que um médico ou um advogado. No Brasil ainda existe um certo preconceito, mas, desde que comecei a trabalhar, já notei algumas boas mudanças. Artistas brasileiros precisam primeiro serem reconhecidos fora para ganhar alguma notoriedade no país, isso é fato. Tem o lado bom, de nos forçarmos a sermos melhores e perseverar para coisas boas acontecerem. O Brasil tem artistas de ponta, entre os melhores do mundo. Só falta um pouco de cultura local para aceitar e valorizar.

3 – Como foi a definição do estilo que você gostaria de trabalhar ?

Foi um processo natural, de muitos anos. Já estudei todas as técnicas possíveis, mas sou apaixonado pelo preto e branco.
Gosto de fazer um traço limpo, em que, por mais complexa que seja a ilustração, seja de fácil entendimento e interpretação.
Assim fica com um aspecto cru, como se estivesse faltando algo. Eu gosto disso. Abre margem para as pessoas imaginarem quais cores poderiam estar ali. A ilustração vira uma ferramenta de interação.

4 – De onde vem sua inspiração ?

Natureza e sentimentos humanos. Acredito que estamos perdendo a conexão com a natureza e isso está nos deixando tristes e extremamente dependentes de ilusões. Tudo hoje é descartável, nada tem o valor que deveria ter. Acredito que, por essa perda de conexão com o natural, estamos mais egoístas e, talvez, até desesperados por atenção. Gosto de levar um pouco da vida selvagem para as pessoas saberem que o mundo é mais do que isso que temos hoje. A natureza tem algo transformador. Nunca vi ninguém fazer uma trilha no meio da floresta e sair mal humorado. Normalmente, em uma trilha, em qualquer lugar do mundo, as pessoas se cumprimentam e, se você tiver algum problema, estão prontas para te ajudar. Dificilmente as pessoas agem assim em uma cidade grande.

5 – Quais artistas do cenário atual você admira ?

Tenho profunda admiração pelo artista peruano Boris Vallejo e sua esposa Julie Bell. Foi por causa deles que resolvi seguir como ilustrador pelo resto da vida. Luis Royo, Marco Ubaldo, Greg ‘Craola’ Simkins, Beatrix Potter…meus artistas favoritos tem um traço bem diferente do meu, o que é bom e me faz buscar novos caminhos dentro do meu trabalho. Também gosto de poesia, acredito que seja algo comum, mas as pessoas tem um pouco de vergonha de dizer. John Muir, Lord Byron, Walt Whitman são ótimas referências.

6 – O que você ainda sonha em realizar com a sua arte ?

Gostaria de montar uma exposição que rodasse o mundo. Que as pessoas pudessem interagir com meu trabalho e entendessem o que quero passar, de uma forma mais profunda.

7 – Quais foram as coisas boas, que a sua arte te trouxe ?

Muitas! Eu faço o que amo, por isso é difícil considerar trabalho. Existe a pressão, existem as cobranças. Trabalho, em média, de 12 a 15 horas por dia, mas não trocaria isso por nada. Pude fazer muitas viagens para outros países pelo meu trabalho. Vendo meus desenhos para pessoas do mundo todo, algo que nunca imaginei que seria possível.

8 – Se você não fosse artista, qual séria o plano B ?

Biólogo! Com certeza gostaria de trabalhar com animais e poder ajudar a natureza de alguma forma. Tento fazer isso de uma outra forma, mas seria ótimo passar o dia estudando, pesquisando e em contato com seres incríveis que, na minha opinião, são muito mais evoluídos que muitos de nós.

9 – Alguns artistas curtem ouvir músicas durante o processo criativo, com você funciona da mesma forma? E na sua playlist o que não pode faltar ?

Não consigo trabalhar sem música. Acredito que faz parte do processo criativo. Minha playlist varia, ouço rock, desde bandas como Sigur Rós, passando por bandas de metal finlandesas até Rammstein. Dependendo do dia, gosto de ouvir trilhas sonoras instrumentais de filmes.

10 – Deixe uma mensagem para os nossos leitores.

Acredite no seu potencial e estude o máximo que puder. Se não desenhar profissionalmente, desenhe por hobby. Estudem técnicas e artistas diferentes. Visitem lugares onde poucos seres humanos vão. Desconectem mais e sejam mais felizes.


Mias informações sobre Thiago Bianchini :
Instagram : @thiago_bianchini
FacebookThiago Bianchini

Fonte : Thiago Bianchini

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