Conheça o artista Claudinei Oliveira conhecido como Vespa é natural de São José dos Campos, interior de São Paulo/Brasil. Autodidata, se recorda de desenhar desde os 9 anos de idade, mais foi em 1998 que teve seu primeiro contato com o grafite. Atuante na cultura Hip Hop desde 1993, quando começou a dançar Break. Vespa inspirou-se na vivencia da cultura Hip Hop para desenvolver seu próprio estilo e técnica como grafiteiro.
Mesmo sendo o grafite proibido em sua cidade natal desde 2001, desenvolveu um trabalho autentico e obteve reconhecimento pelo Brasil e América Latina.
Suas obras retratam o cotidiano de vida e suas experiências de intercâmbio cultural, adquiridas através de viagens constantes para outras cidades e países. Em cada projeto, Vespa busca a harmonia com o espaço, ambiente ou objeto onde será aplicado a sua arte.
Veja nossa entrevista a Vespa :
1 – Todo mundo que acompanha seu trabalho deve ter a curiosidade de como surgiu seu interesse pela arte, você pode contar pra gente ?
R: Sempre curti desenhar, desde pequeno, em 1994 comecei a trabalhar com aerografia, fazia muitos pinturas comercias e em 1998 através dos roles que fazia para dançar break, participar de batalhas e competições por outras cidades da capital(SP) entre outros estados fui conhecendo a cena do graffiti e desde então me apaixonando cada vez mais por essa arte urbana.
2 – Quem ou quais circunstâncias te levaram a investir na arte como uma carreira a ser seguida ?
R: como citado na resposta a cima, meus primeiros trabalhos nas ruas foram de aerografia/compreensor onde eu fazia bastante trabalhos comercial (pinturas decorativas) na minha cidade em São José dos Campos-SP e conforme ia me destacando nesse ramo e virando um dinheiro, cada vez mais me afastava do trabalho formal e me dedicava ainda mais para poder viver da minha própria arte e nessa caminhada trabalhando com aerografia e pintando graffiti com os amigos nas ruas aos poucos fui aposentando o compreensor e passei a utilizar mais os spray, também para fazer trabalhos comercias e essa vivencia só me trouxe mais experiência com o spray e influenciou nos meus roles de graffiti.
3 – Quais foram os maiores desafios e dificuldades como artista ?
R: Todo nós sabemos que trabalhar por conta não é tão simples e da muito mais trabalho (risos), ainda mas por ser arte de rua, o pré-conceito e desvalorização era muito maior que nos dias de hoje tanto pelo graffiti quanto para trabalhos com aerografia, o que me fez superar isso tudo foi minha dedicação por ambos, sempre sabendo separar o que é graffiti e o que é trabalho comercial, fui conquistando meu espaço.
4 – Como foi a definição do estilo que você gostaria de trabalhar ?
R: Em 98 (ano que comecei a pintar graffiti logo de cara me identifiquei muito com o estilo 3D, mesmo gostando muito de desenhos, personagens (que também pinto muito), o realismo, mas o que mais me encantava e me fazia buscar aprender mais das técnicas eram as letras em 3D, hoje gosto de pintar diversos estilos, tudo serve de aprendizado e agrega na hora de eu desenvolver minhas letras 3D.
5 – De onde vem seu sopro de inspiração ?
R: Da minha vivencia na cultura hip hop, das ruas, dos amigos, de pessoas e culturas que conheci nessa caminhada e tudo que vivi e vivo nesse meio.
6 – Quais artistas do cenário atual você admira ?
R: Meus irmão da crew PDF, meus amigos da A.B.P (academia brasileira de Personagens) e A.B.L (Academia Brasileira de Letras) que são crews e coletivos no qual faço parte, admiro de mais o mano Bonga de caieiras pela pessoa, pelo corre e trabalho que desenvolve até hoje na cena do graffiti, Fhero, Edmum, Binho, Shock, Mirage…(citando alguns porque a lista é longa) (risos).
7 – O que você ainda sonha em realizar com a sua arte ?
R: Poder levar minha arte para todos os cantos, conhecer o mundo e continuar pintando até que a tinta acabe e o pulmão aguentar (risos).
8 – Quais foram as coisas boas, que a sua arte te trouxe ?
R: Poder conhecer outros países, outras culturas, novas amizades por todos os cantos que já passei, é o que mais valorizo e agradeço !
9 – Se você não fosse artista, qual séria o plano b ?
R: Nunca pensei no plano B !
10 – Alguns artistas curtem ouvir músicas durante o processo criativo, com você funciona da mesma forma ? E na sua playlist o que não pode faltar ?
R: Minha Playlist pelo lado do Rap é selecionada, principalmente com rap dos anos 90 tanto nacionais quanto os internacionais, também tem muito soul/funck, blues, jazz, break beat, ragga, dubstap, MPB, R&B e também alguns mantras 🙂 para cada role uma trilha.
11 – Deixe uma mensagem para os nossos leitores.
R: Primeiramente agradecer a todos do ASF “Arte Sem Fronteiras” pela oportunidade, e agradecer a todos que gostam dos meus trampos e me acompanham pelas redes, todos nós podemos e temos espaço na cena, basta fazer com amor, responsabilidade e para o fortalecimento da cultura, estamos para somar e retribuir, tudo que conquistamos e aprendemos com os outros devemos passar para frente, “quem só alimenta o ego uma hora acaba o mantimento e morre no meio do caminho!”
Mais informações sobre Claudinei Oliveira (Vespa) :
Instagram : @vespapdfcrew
Facebook : Art do Vespa
Flickr : www.flickr.com/vespa01
Twitter : @Vespa_pdf
Veja outros murais de Vespa :
Meeting Of Styles San Isidro – Buenos Aires – ArgentinaProjeto “O Bairro i o Mundo” – Quinta do Mocho – Loures – Portugal 2014 Mural na UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo – Campus São José dos Campos – Brasil – 2016 Porto Alegre – RS – Brasil
Fotografia no bairro Campo dos Alemães, z.sul de s.j.campos – SP – BrasilAv. São João em São José dos Campos – SP – Brasil
Vespa – Nomen – Utopia Loures, Lisboa – Portugal 2014
Fonte : Vespa