Jackson Brum, Designer Gráfico de formação (Unirriter /RS), possui pós-graduação em Educação Popular e Movimentos Sociais, bailarino e artista urbano há mais de 20 anos, Prêmio Açorianos de Dança 2016 / Bailarino; integrante do grupo MyHouse há 5 anos, onde desenvolveu trabalhos de intervenção e espetáculos como Operação WE (2014); Transmobilização (2014); Ações Efêmeras (2013). Convidado pela Cia Rústica (Porto Alegre) para os espetáculos Feito Criança (2015 /2016/2017) e Desvios em Trânsito (2015).
Bailarino no Espetáculo Eu Sou Maria / Natal Luz / 30 anos. E ainda trabalhos como direção nos espetáculo Jeroquis / Ação Dentro do Movimento (2015); Suspiro (2015/2016); Espetáculo DJ Anderson (2017); coreografia O Medo e ContraPonto. Atua como modelo/bailarino em comerciais de TV. Tendo ainda no seu currículo o Prêmio Cultura Hip Hop edição Preto Ghoes (nacional) como destaque no protagonismo. E jurado do mesmo prêmio no ano de 2015. Como graffiteiro, ja levou sua arte para as principais capitais brasileiras, incluindo ainda Alemanha, França, Polônia, Holanda, Barcelona, Portugal e Italia.
Veja nossa entrevista Jackson Brum :
1 – Todo mundo que acompanha seu trabalho deve ter a curiosidade de como surgiu seu interesse pela arte, você pode contar pra gente ?
Bem, sou aquele guri que sempre gostou de desenhar, me sai bem com as artes e esportes e ia levando as “exatas”. Com o passar dos anos, esta vontade só cresceu e descobri que na verdade não gostava de desenhar, mas sim de me expressar. Precisava disto, pois nunca fui bom com as palavras ( e continuo não sendo kkkkk ). Descobri a cultura HipHop, a dança breaking e o graffiti…e o resto é historia.
2 – Quem ou quais circunstâncias te levaram a arte como uma carreira a ser seguida ?
Para mim graffiti é expressão, arte é necessário para comunicar e provocar mudanças. Com o HipHop comecei a perceber mais o social, o mundo. Desta forma cada dia que passava mais perguntas surgiam e o próprio viver começou a ser algo mais do que simplesmente sobreviver. Trabalhei durante 6 anos em uma empresa Publica e me dei conta que era sempre um dia a menos de vida. E isto estava errado, não poderia ser isto. Viver não poderia ser isto. Em uma tarde, pedi as contas e a partir deste dia investi cada dia mais no meu trabalho, na minha arte, na minha vida, no que eu acredito que seja necessário para mudar. Para viver de fato.
3 – Quais foram os maiores desafios e dificuldades como artista ?
Viver de arte no Brasil sempre foi bem complicado. Mas antes disto é complicado se entender como artista. Temos uma cultura que nos ensina ha não perceber, apenas fazer, cumprir regras e nunca contestar. É difícil sair desta “bolha”, e quando conseguimos continua uma luta continua em busca de compreensão.
4 – Como foi a definição do estilo que você gostaria de trabalhar ?
Confesso que não sei, apenas foi se criando. Não diria que tenho um estilo, meu trabalho tem características que o identificam, uma essência. Mas estilo é uma coisa que acredito vou estar sempre procurando, estudando.
5 – De onde vem seu sopro de inspiração ?
Brinco que a vida é minha inspiração. Tudo! literalmente tudo.
Na pintura como na dança tento perceber tudo que vejo, sinto e consumo. E isto se transforma, uso as ferramentas que tenho para falar. As vezes diretamente, quase sempre não.
6 – Quais artistas do cenário atual você admira ?
Então! nunca fui bom com nomes e minha memória nunca foi da melhores. Gosto de muita coisa, mas antes de tudo, gosto de bons trabalhos.
7 – O que você ainda sonha em realizar com a sua arte ?
Literalmente mudar o mundo.
8 – Quais foram as coisas boas, que a sua arte te trouxe ?
Vivências, amigos, dinheiro, tudo. Ela moldou o Jackson Brum. Hoje em dia é difícil conseguir diferenciar minha vida particular do meu trabalho.
9 – Se você não fosse artista, qual séria o plano b ?
Boa pergunta! por hora continua com o plano A. ( risos )
10 – Alguns artistas curtem ouvir músicas durante o processo criativo, com você funciona da mesma forma ? E na sua playlist o que não pode faltar ?
Sempre, a trilha sonora vai sempre me dar a linha de trabalho, me direcionar para algo. Ela é essencial para que tenha um resultado. Sou bem eclético e evito escutar as mesmas coisas, como as mesmas rádios e TV ( que por sinal não assisto mais ha 4 anos ). Gosto de pegar playlist aleatórias por assunto e ver no que vai dar, vale tudo, menos sertanejo universitário.
11 – Deixe uma mensagem para os nossos leitores.
“O mundo precisa de nos, o mundo precisa de pessoas verdadeiras. Mas antes de tudo, o mundo precisa de pessoas que se conheçam. A arte no geral pode ser uma porta para o auto conhecimento, para o perceber. Que tenhamos um mundo de percepção, múltiplas escolhas e sentidos diversos. Vida longa a arte livre. Luzzzz”
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