Fabrício Alves conhecido como Muzai nasceu em 1968, mineiro, artista visual graduado pela Universidade Federal de Uberlândia(MG/Brasil), se conectou com o graffiti em 2009, visitando a cidade de São Paulo/Brasil quando deu de cara com aquele novo movimento, que coloria suas antigas cinzentas ruas com uma arte figurativa de alto impacto visual. Nesta mesma época, talvez o termo sincronicidade seja o mais adequado, atravessando dificuldades profissionais e pessoais, começa a pintar como forma de terapia. A partir daí teve um insight que o leva a resgatar seu desenho, esquecido em meados da infância, e do qual era uma paixão antiga junto com os antigos quadrinhos que colecionava. O ato de desenhar ressurge com intensidade e assim começam a surgir de maneira bastante intuitiva, as figuras, bonecos, personagens que se tornam centrais em suas telas e primeiros murais realizados nas paredes da cidade de Uberlândia.
Em seu universo, o lúdico talvez seja a porta principal , onde a leveza, a ingenuidade, a fantasia e o sonho, também predominam em sua poética visual. As relações e interações entre humanos, animais e objetos se fazem presentes em seus temas. A simplicidade do seu traço, as cores puras, a dimensão exagerada e a composição realizada dentro de blocos e estruturas amplas, criam e transmitem cenas de forte expressão pictórica. A maneira direta com que se expressa também se relaciona á ótica infantil, com suas nuances primitivas e inocentes. Tem trabalhos realizados em várias cidades brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis e atualmente têm desenvolvido projetos sob medida para empresas e residências.
Este é á temática que Muzai desenvolve atualmente através de sua arte : ”A arte alimenta-se de ingenuidades, de imagens infinitas que ultrapassam os limites do conhecimento e ali se encontra seu reino. Toda a ciência do mundo não seria capaz de penetrá-lo” – (Lionelo Venturi, historiador da arte)
Veja a entrevista com Muzai :
1 – Como surgiu seu interesse pela arte ?
Quando criança adorava desenhar inspirado nos quadrinhos que lia e desenhos animados que passavam na Tv. Na verdade sempre me interessei por todos tipos de arte, artes gráficas, música, cinema, fotografia, esta ultima com a qual trabalhei por 10 anos, desde que ingressei na faculdade de Artes Visuais no começo dos anos 90.
2 – O que te influenciou a ser artista ?
Foi um processo em que por volta de 2009, atravessando uma crise pessoal e profissional voltei a desenhar como forma de terapia, inspirado principalmente pelo graffiti em São Paulo onde estava passeando na época. Aquelas enormes paredes que antes predominavam as cores cinzentas, explodiram em cores e figuras. Tudo isso me contagiou bastante.
3 – Como foi o inicio e quais as barreiras que enfrentou ?
Comecei a levar esses desenhos para os muros de minha cidade natal em Uberlândia, onde tive um primeiro acolhimento bacana, algum estranhamento, mas no geral as pessoas reagiram positivamente.
4 – Quando consolidou seu estilo e de onde buscou referencias para seu estilo ?
A partir daí fui amadurecendo meu traço sempre antenado nos melhores artistas de rua bem como estudando os grandes nomes da arte.
5 – O que te inspira nas suas criações ?
Acho que meu próprio universo interior, onde minhas criações parte de uma janela poética onde o lúdico predomina e onde acredito trazer um pouco de leveza, que seria uma contrapartida á rudeza da realidade .
6 – Quais são seus artistas prediletos ?
Meus artistas prediletos são, Portinari, JBorges, Milton Dacosta, Cicero Dias, Picasso, Matisse, Mondrian, dentre outros e todos eles de alguma maneira me inspiraram na construção de meu estilo.
7 – Qual é sua combinação de cores predileta ?
Gosto de cores fortes, contrastadas, preto, branco, vermelho, no geral, cores puras.
8 – Quais foram as coisas boas, que a sua arte te trouxe ?
A arte hoje tem me trazido todo tipo de benesses, mas como sabemos, até chegar nessa fase é preciso uma convicção muito forte e uma confiança interna espiritual até, pois são vários obstáculos que temos que romper, a começar da sua própria cabeça, pressões familiares, pressões sociais e principalmente a desqualificação da arte como profissão no Brasil.
9 – O que ainda não fez artisticamente e gostaria de fazer ?
Artisticamente, gostaria muito de expandir meu trabalho muralista para outros países que apreciam este estilo.
10 – Se você não fosse artista o que você gostaria de ser ?
Se não fosse artista, talvez fosse um músico quem sabe.
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Uma frase do Paul Cezanne que é “Pinte. Ai reside a salvação“.
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Veja mais alguns de seus murais e pinturas :
Pinturas
Murais