Conheça o artista “Galo” e seus graffitis surreais

Com suas composições monocromáticas em seus trabalhos cria um universo lúdico

O artista Galvani Neto conhecido como Galo nasceu em São Bernardo do Campo. Formado em Arquitetura e urbanismo desenha e pinta desde 1993.  Participa de exposições coletivas na cidade de São Bernardo e Santo André desde 2002. Em junho de 2009 começou a fazer intervenções urbanas pela cidade de São Paulo, nestas intervenções usa como matéria prima a tinta látex ou a tinta esmalte base água. Nos seus trabalhos costuma criar um universo lúdico, suas composições são em sua maioria monocromáticas e interagem com a sujeira da parede ou qualquer outra intervenção já existente.

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Em 2012 foi convidado para participar da 2a. Bienal Internacional de Graffiti no MuBE – São Paulo, no mesmo ano foi nomeado para a 3a Edição do Prêmio de Arte Urbana -( Artaq – 3rd Urban Arts Awards ) – França e participou da ARD*POP-UP 2012, um festival de graffiti realizado em Oslo, Noruega, pela galeria All Righs Destroyed ( www.allrightsdestroyed.com ), ainda como parte do Festival, participou de um exposição coletiva de mesmo nome.

galo vallauri

Em 2013 participou da 2º Bienal Internacional de Graffiti no MuBE – São Paulo e de uma exposição paralela, a 2ºGFA na Matilha Cultural. Em 2014 fez parte do projeto 4km, onde realizou um painel de 100m de comprimento, em 2015 foi convidado para participar do projeto de graffiti na avenida 23 de maio, considerado hoje a maior intervenção de graffiti da América Latina.

galo graffs

Como muitos artistas o interesse pela arte surgiu para ele ainda na infância conforme ele nos contou em entrevista  ” A lembrança mais antiga que tenho, sou eu com uns 5 ou 6 anos na esquina da casa da minha vó tentando fazer alguma coisa com barro, mas meu interesse por desenho começou aos 6 ou 7 anos quando eu estava na primeira série do primeiro grau, ao entrar e sair da sala de aula, percebi um desenho de um carro ao lado da porta de entrada da sala, coloquei na minha cabeça que iria desenhar aquele carro e daí comecei a desenhar, como na época não havia computadores domésticos acessíveis (1986) todos os trabalhos escolares eram feitos a mão, manuscritos em folhas de papel almaço, geralmente eu desenhava a capa do trabalho, quando tinha apresentações eu também desenhava os cartazes e acho que isso foi ajudando a pegar gosto pelo desenho e posteriormente pela arte” concluiu. 

Ao ser questionado sobre como ingressou no Graffiti, Galo explicou que admiração pelo estilo se consolidou quando em 2008, mudou de emprego e foi trabalhar no bairro de Cambuci/SP. Na época ele já admirava o graffiti, mas nunca era um colecionador  de revistas, livros ou algo de gênero. Galo não conhecia o bairro e começou a fazer o trajeto de São Bernardo onde morava, para Cambuci onde estava trabalhando, no horário de almoço saia do trabalha para dar uma volta no bairro e foi aí que ele começou a descobrir os trabalhos de outros artistas pelas ruas “ Comecei a observar o trampo da VLOK espalhado por lá, via todos os dias algum trampo dos gêmeos, do Ise , do Finok, da Nina, isso foi despertando em mim a necessidade de me expressar através do grafftiti” falou.

Galo graffiti 1

Começar a grafitar foi tragicômico como ele gosta de falar, pois não tinha ideia de como começar. Lembra de ter ido a galeria do rock em São Paulo, para comprar latas de tinta e perguntar para o vendedor como fazia um traço fino, pois segundo ele essa era sua maior preocupação.  “Cheguei em casa e tentei fazer alguma coisa na parede do quintal, trocava os bicos do spray e os traços saiam com a mesma espessura, cerca de 3cm, não sabia nenhuma técnica e o resultado final ficou horrível, como eu tinha familiaridade com o pincel na semana seguinte iria para a rua com pincel mesmo e assim comecei, saí de casa com 2 garrafas, uma na cor azul e outra na marfim, pensava que dessa forma seria mais fácil sair correndo caso a polícia viesse atrás de mim, e assim meus trampos ficaram monocromáticos, não por estilo, mas por medo mesmo” disse.

graffti galo

Galo sempre teve mais facilidade em pintar personagens, segundo ele não sentia necessidade de fazer letras, pois sempre foi muito nerd pra fazer pichação, até hoje nunca encontrou um pichador gordinho e de óculos. Seu primeiro graffiti na rua  foi durante uma intervenção com um pixo de um outro artista que assinava NEPS, na época ele nem sabia da ética que existe na rua. Fez uns personagens interagindo com o pixo dele e por sorte ele gostou. Hoje em dia Galo alterna personagens e letras, mas as letras que ele faz na verdade, são mais uma tiração de sarro consigo mesmo do que um esforço por tentar me tornar um Writer (escritor). Galo faz as letras do seu jeito e se diverte com isso.

A referência para o seu estilo foi o medo da Polícia, isso explica o fato dele ser monocromático, agora do ponto de vista artístico, gosta muito do surrealismo e de alguns pintores medievais como o Hieronymus Bossh, também admira o trabalho do MC Escher.

galo letras

A inspiração para suas obras vem de todos os lados conforme ele nos contou ” Gosto de não precisar dizer nada, de não precisar perseguir uma lógica, uma coerência, acho que a arte tá aí pra fazer nossa inteligência sorrir, então tudo pode servir de inspiração, uma situação do dia a dia, uma música, um fato que jamais existiu, uma cena impossível, uma máquina sem função”, concluiu.

Sua combinação preferida de cores é o clássico, vermelho, azul-escuro e branco.

Pedimos para que eles nos contasse quais seus artistas preferidos no gênero e ele citou “No Graffiti, gosto do Ozi, do Ignoto, do Paulo Ito, Primat, Crione,Raup, Nando, Kerrel, Senna, Biofa, Niu, Riska, Jae, Kueia, Feik, Pedrada, Nick Alive, Phlem, Inti, Binho, Tikka, Shock, Se7, Does, Vermelho, Leonardo Dogh, Mophos, tanta gente boa que fica até chato citar só alguns”.

galo mogi sp graf

A maior barreira para Galo foi o Fato de não usar spray, hoje eu leva essa dificuldade na brincadeira, mas foi tenso no início, por que  as pessoas desacreditavam do seu talento. Para Galo, tentar fazer algo que não segue uma fórmula ou uma referência clara pra outras pessoas também é uma barreira ” Eu tenho consciência que meu trampo não é algo muito digerível no sentido visual da coisa, não é um trampo que a pessoa chega e fala, “ dá hora seu trampo, uma pegada wild style, meio Bronx né?”  é algo bem esquisito eu acho “ falou.

A arte lhe deu oportunidade de conhecer muitos lugares que ela nunca poderia se quer imaginar, e as pessoas que ele conheceu nesse lugares ampliou dentro da sua cabeça a percepção da cidade como organismo vivo e pulsante, Galo pode perceber a diversidade do todo ” Acho que o artista é realmente uma antena que capta tudo isso e de alguma forma coloca isso no seu trabalho” explicou.

galo ceu ottawa

Mesmo já reconhecido e com seu talento comprovado, Galo ainda nutre o sonho de pintar a fachada de um prédio, pintar a órbita da terra ou a lua.  Seu interesse pelo universo é tanto que se não fosse grafiteiro, teria sido astronauta ou um físico nuclear. Mas também não negou o desejo de ser um comediante.

A mensagem que ele deixa para os leitores é positiva, confira:

Acredite em você e em seu universo interior.”


Mais informações ou se quiser segui-lo nas redes sociais ai está alguns de seus contatos :

Instagram : @galograffiti
Twitter : @galosurreal
Facebook : Galo
Site : www.galosurreal.com

Veja mais trabalhos de Galo abaixo selecionado por nos :

galo graff 1

graf-sao paulo

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galo rj

galo e ignoto

galo and ignoto

 

galo graf

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toy-BMG-galo

 

galo

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