Liam Bononi nasceu na cidade de Uberlândia-MG-Brasil e vive em Guarapari-ES-Brasil desde a infância. Começou a atuar no cenário artístico a partir de 2007. Autodidata e motivado pelo poder transformador que acredita ter a arte, ele transmite em seus trabalhos uma busca pelo autoconhecimento. Para Liam Bononi, sua expressão artística é uma forma de buscar manifestar a paz e o equilíbrio interior, viabilizando uma harmonia com o mundo circundante sob um olhar místico dos acontecimentos.
Também inspirado pela estética feminina a fim de expressar toda a delicadeza presente no ser humano, o artista mostra ao observador de sua obra que eles são parte de uma mesma consciência: uma interação entre indivíduo e o universo. Sua produção artística evidencia traços estéticos do realismo, em contraponto ao escorrido e espirrado. Em algumas ocasiões, opta por um trabalho de experimentação, composto por distorções faciais e caricaturas, sem uma preocupação evidente com o conceito. As obras de Liam Bononi podem ser vistas nos Estados do Espirito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Sao Paulo e alguns países da Europa.
Teve participação em eventos como Recifusion (PE), Street Of Styles (PR), Filial Graffiti (ES), Meeting of Styles BR (RS), Meeting of Styles CPHG (Dinamarca), Mutirão Ao Vivo e a Cores (ES), TBC Festival (SP), ArtScape (Suecia). O artista também é integrante da Força Graffitacional Crew, em que tem participação expressiva em projetos como: Historiart, Arte refletindo nas Ruas.
Veja nossa entrevista com Liam :
1 – Como surgiu seu interesse pela arte ?
Minha família tem uma empresa de teatro e animação de festa, sempre fui muito incentivado a desenhar, ouvir musica, ter contato com artistas. Via minha mãe trabalhando com arte e me sustentando através dela, mesmo com todas as barreiras e dificuldades que esse caminho proporciona, ela sempre me puxou pra dentro desse universo. Acredito que isso tenha sido a causa de eu fazer o que faço hoje.
2 – O que te influenciou a ser um Artista Visual (grafiteiro) ?
As primeiras influencias que tive no inicio foram do graffiti hiphop, oldschool. Via as letras nos trens em revistas, os Wild Styles, Bombs, personagens com a boombox no ouvido. Os trabalhos do Binho Ribeiro, Os Gemeos, Tinho, Can2 e etc. Cartoon me influenciava muito!
3 – Como foi o inicio e quais às barreiras que você enfrentou ?
Desde pequeno eu sempre desenhei, criava historias em quadrinhos, caricaturas, cartoons e etc. Em 2006, com 12 anos, devido a um problema de saúde que me condicionou a ficar horas na cama, comecei a desenhar mais e ter contato com a linguagem do graffiti através de revistas e jogos, ja que em minha cidade (Guarapari) não existia essa manifestação e eu nunca tinha tido contato com isso antes. Fazia algumas pixações pelo meu bairro, arriscava fazer alguns painéis e continuava desenhando.
Em 2007, tive contato com um grafiteiro da capital do ES, o ED. BROWN. Nunca tinha visto ninguém pintando ao vivo e fui falar com ele, foi ai que fiquei sabendo que aconteceria um mutirão de graffiti em uma cidade vizinha, e fui. A partir dai minha caminhada no graffiti ficou mais seria.
Acho que minha principal barreira no inicio foi de morar em uma cidade muito pequena que ainda não tinha contato nenhum com o graffiti, o acesso ao material era muito limitado e muito caro.
4 – Quando consolidou seu estilo ?
Em 2014 eu decidi acrescentar elementos realistas ao meus trabalhos, ja fazia algumas experimentações com escorridos dentro dos meus trabalhos e achei que seria bacana misturar os dois. Fui estudando algumas texturas, colocando elementos geométricos no meio, brincando com luzes e etc.
5 – De onde buscou referências para seu estilo ?
Nossa, de vários lugares. Das experiências que eu tenho, dos estudos que faço, das pessoas que conheço, dos artistas que estão próximos, dos artistas que estão longe, da minha família, ver a galera pintando.
6 – O que te inspira nas suas criações ?
As pessoas me inspiram, a historia de cada um que se aproxima me inspira, musicas, palestras, documentários me inspiram.
Ver a forma como a arte que eu represento age na vida de cada um me motiva muito.
7 – Qual é sua combinação de cores predileta ?
Não tenho uma combinação de cores prediletas. A combinação muda conforme a proposta de cada trampo. As vezes eu uso fundo escuro com luzes saturas, com bastante contraste, outras vezes eu uso tons pasteis, varia muito (risos).
8 – Quais são seus artistas prediletos ?
Dentro do graffiti gosto muito dos trabalhos da Herakut, Inti, Adnate, Belin, Nash e vários outros.
Fora da arte urbana, curto muito os trampos do Salvador Dali, Caravaggio e Van Gogh. Pra mim são os mestres.
9 – Quais foram as coisas boas, que a sua arte te trouxe ?
Comecei a pintar muito moleque, com 12 | 13 anos, tudo o que eu vivi, tudo o que eu passei, as pessoas que eu conheci, as viagens que eu fiz, tudo na minha vida foi a arte que trouxe, tanto de bom, quanto de ruim.
10 – O que ainda não fez artisticamente e gostaria de fazer ?
Acho que pintar uma faixada de prédio por completo seria legal.
11 – Se você não fosse artista o que você gostaria de ser ?
Puts….Difícil responder mais gosto muito de produção de video. Acredito que se não tivesse na cena eu trabalharia com isso.
12 – Deixe uma mensagem para nossos leitores.
Agradeço a galera do Arte Sem Fronteira pelo convite, é sempre bom quando dão oportunidade para falarmos do que gostamos de fazer.
A arte urbana é um caminho foda com um poder de transformação absurdo, devemos sempre encarar com maturidade o que fazemos. Somos agente transformadores, criamos pontes entre os seres humanos e o concreto e entramos na vida de cada pessoa, geramos reflexões, isso nos da uma responsabilidade social monstra. Precisamos prestar atenção no que exteriorizamos e jogamos ao mundo.
Mural por Liam em Serra/E.S/Brail para o Projeto Graffiti Refletindo nas Ruas
Mais informações sobre Liam :
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Instagram : @liambononi
Veja mais de seus graffitis abaixo :
Mural por Starley Graffiti e Liam Bononi em Vitoria/ES/Brasil
Mural de Liam em Skarnes, Norway
Mural de Liam em Guarapari/ES/Brasil
Fonte : Liam Bononi
[…] Keka contou que tem vários, mas destacou alguns “Starley Bonfim, por me encorajar a tudo. Liam Bononi por me mostrar que a sensibilidade tem um valor incalculável. Alecsander Moris, por me mostrar que […]